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domingo, 6 de janeiro de 2013

Pra você que tem olhos como o céu!

"O banal tornava-se extraordinário naqueles olhos cheios de esperança. Parecia que ele guardava alguma segredo. E que o seu segredo era sagrado. Eu havia me acostumado a conviver com homens cheios de confiança no que diziam. Homens que não conviviam com a dúvida. A certeza sempre me pareceu ignorância. Só os incultos têm tanta certeza. Ou melhor, os semicultos. Exatamente. Aqueles que sabe muito pouco e, do pouco que sabem, julgam que sabem muito. Saber muito é outra coisa. É saber que não se sabe. Humildade. Das margens, não se é possível conhecer o rio, ainda mais à noite."
Texto extraído do livro "O pequeno filósofo", Gabriel Chalita, Editora Globo - São Paulo, 2011, pagina 14.

"Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n'água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia... Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.

Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio."


Texto extraído do livro "Primeiras Estórias", Guimarães Rosa, Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1988, pág. 32.
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E assim caminha a humanidade e a minha vida, aprendendo, pensando, lendo, ouvindo, lendo, repensando e interpretando. "Caminhando e cantando e ouvindo a canção"

Entres outras coisas, entre todas essas pessoas cheias de certeza, entre a falta do que fazer, entre a falta do que saber. Entre tudo. Entre todos. Caminhar é preciso, conhecer é preciso. Saber não é. Ter certeza não é. Viver é, sentir é. AMAR É!

Mesmo agora, pra você, que tudo parece chegar ao fim, as coisas começam de novo e de novo e de novo e de novo. Por que a vida é assim! Desafiadora, única e complicada.

Recomeçar é difícil mas é preciso! Vamos... Caminhar. Vem?

Ilustração: Thais Linhares. Livro o Pequeno Filósofo

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